
RGI do Imóvel: o que é? Saiba tudo sobre o registro e como regularizá-lo
Imagine o seguinte cenário, você comprou um apartamento na planta em uma região valorizada. Após quitar o valor do imóvel e receber as chaves, acredita que já é oficialmente o proprietário. No entanto, anos depois, ao tentar vender o imóvel, descobre que não possui o RGI do imóvel, e isso impede a transação.
Sem esse registro, o apartamento ainda consta no nome da construtora, e você não pode legalmente transferi-lo para um comprador.
Garantir a segurança jurídica da propriedade é fundamental para evitar problemas futuros. Nesse contexto, pode surgir a dúvida: “o que é o RGI e por que ele é tão importante no processo de compra e valorização do meu imóvel?”
Se você está em busca de valorização patrimonial e segurança no seu investimento, entender o que é o RGI, como tirá-lo e quais são suas implicações financeiras é fundamental. Continue a leitura e esclareça todas as dúvidas!
RGI do imóvel: o que é e para que serve?
O RGI (Registro Geral do Imóvel) é o documento oficial que comprova a propriedade de um imóvel, garantindo segurança jurídica ao comprador. Ele é registrado na matrícula do imóvel e contém informações essenciais, como histórico de proprietários, metragem e possíveis pendências judiciais ou financeiras.
A regularização do imóvel por meio do RGI é um passo fundamental para evitar complicações no futuro.
Segundo dados do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional de 2019, cerca de 50% dos imóveis no Brasil possuem algum tipo de irregularidade, sendo a mais comum a falta de escritura. Ou seja, na época isso afetou aproximadamente 30 milhões de domicílios urbanos.
Esse cenário demonstra a importância de entender o que é o RGI e de garantir que o imóvel esteja devidamente registrado, pois um bem sem esse documento pode ter sua valorização comprometida, além de gerar dificuldades na revenda e na obtenção de financiamento bancário.
Por que o RGI é indispensável na compra de um imóvel?
Como citamos anteriormente, ao adquirir um imóvel, é essencial garantir que a propriedade esteja devidamente registrada para evitar problemas jurídicos e financeiros no futuro. O RGI do imóvel é o único documento que confere ao comprador a posse legal, protegendo-o contra disputas de propriedade, fraudes e dificuldades na revenda.
Sem o RGI, o imóvel pode não ser reconhecido legalmente como seu, o que pode levar a complicações como:
- impossibilidade de financiamento e crédito imobiliário: bancos e instituições financeiras exigem o RGI para liberar financiamentos, pois ele comprova que o imóvel está regularizado e livre de pendências judiciais;
- risco de penhoras e bloqueios judiciais: um imóvel sem registro pode estar comprometido por dívidas do antigo proprietário, resultando em bloqueios ou disputas legais;
- dificuldade na revenda do imóvel: um imóvel sem RGI pode ser desvalorizado ou até mesmo impossibilitado de ser vendido formalmente, pois os compradores exigem garantias de que a propriedade está regularizada;
- risco de perda da propriedade: sem um RGI válido, o comprador não tem comprovação legal da posse do imóvel, o que pode resultar em problemas jurídicos caso terceiros reivindiquem o bem;
Ou seja, o RGI não é apenas um documento burocrático, mas sim uma garantia legal de que o imóvel pertence ao comprador de forma definitiva.
Sem ele, não há segurança jurídica na transação, e qualquer irregularidade pode levar a desvalorização do bem, dificuldades na revenda e até a perda da propriedade!
Como tirar RGI do imóvel?
Para garantir que a compra do seu imóvel seja segura e juridicamente válida, é essencial registrar a propriedade no Cartório de Registro de Imóveis da região onde o bem está localizado. Esse registro oficializa a posse e assegura que o comprador seja legalmente reconhecido como proprietário.
O Cartório de Registro de Imóveis é responsável por arquivar a matrícula do imóvel, um documento essencial que contém informações detalhadas sobre a propriedade, incluindo o histórico de proprietários, metragem, endereço completo e possíveis restrições, como penhoras e hipotecas.
Esse processo não apenas formaliza a transação, mas também protege o comprador de eventuais complicações legais. Antes de solicitar o RGI do imóvel, é recomendável consultar a matrícula do imóvel para verificar se há alguma pendência que possa comprometer a regularização.
Caso existam irregularidades documentais, pode ser necessário corrigi-las antes de prosseguir com o pedido de registro. Isso pode envolver atualização de documentos, quitação de débitos e correções na matrícula, garantindo que o imóvel esteja plenamente regularizado.
Para solicitar o RGI do imóvel, é necessário apresentar os seguintes documentos:
- escritura do imóvel ou contrato de financiamento assinado;
- guia e comprovante de pagamento do ITBI (Imposto sobre Transações Imobiliárias);
- RG (Registro Geral) e CPF (Cadastro de Pessoa Física) do comprador;
- Certidão de casamento, caso seja casado(a).
Com esses documentos em mãos, basta comparecer ao Cartório de Registro de Imóveis da região e protocolar o pedido de registro. Após a análise da documentação, o imóvel será devidamente registrado e reconhecido legalmente como seu.
Quando devo solicitar o RGI?
Após entender o que é o RGI e sua importância para garantir a segurança jurídica do imóvel, surge a dúvida sobre o momento ideal para solicitar esse registro.
É essencial que, assim que a compra do imóvel for efetuada, a regularização da documentação seja feita o quanto antes. O RGI do imóvel identifica o comprador como o novo proprietário na matrícula do imóvel, garantindo que ele está legalmente reconhecido e que todas as obrigações financeiras e fiscais estão regularizadas.
A solicitação do RGI deve ser feita logo após:
- o pagamento integral do imóvel;
- o pagamento da entrada, no caso de financiamento;
- a assinatura do contrato de financiamento.
Esse processo marca a última etapa cartorária da compra do imóvel e é indispensável para que o bem esteja completamente regularizado.
Adiar o registro pode gerar riscos desnecessários, como impossibilidade de revenda, dificuldades para financiamento e insegurança jurídica. Quanto antes o RGI do imóvel for providenciado, mais protegido estará o investimento e maior será a garantia de valorização do bem.
Quanto custa o RGI do imóvel e quem deve pagá-lo?
O custo do RGI do imóvel varia conforme o valor venal da propriedade e a tabela de emolumentos dos cartórios de cada estado. Em geral, a taxa de registro corresponde a 1% do valor venal do imóvel. Por exemplo, se o imóvel tem um valor venal de R$ 300.000, o cálculo será: R$ 300.000 ÷ 100 × 1 = R$ 3.000
Ou seja, o RGI do imóvel custará R$3.000, além das possíveis taxas cartorárias adicionais que podem ser cobradas conforme a localidade.
Desse modo, o comprador é o responsável pelo pagamento do RGI e pelas taxas de registro, pois o documento é a garantia legal de que o imóvel está em seu nome. Isso faz parte do processo de formalização da compra e assegura que o comprador possa exercer todos os direitos sobre a propriedade.
Entretanto, em algumas negociações, as partes podem acordar que o vendedor assuma parte dos custos ou que a construtora ofereça o registro como benefício na compra de imóveis novos. Por isso, é fundamental esclarecer essa questão antes de assinar o contrato.
Para ter cálculos mais previsíveis, antes de efetuar a compra, consulte o cartório da região para entender as taxas vigentes e evitar surpresas com os custos do registro. Lembre-se que quanto antes o RGI do imóvel for regularizado, mais protegido estará seu investimento!
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Qual a diferença entre RGI, escritura e outros documentos do imóvel?
Na hora de regularizar um imóvel, é comum surgir confusão entre diferentes documentos, como RGI, escritura, matrícula do imóvel e averbação.
Cada um tem uma função específica dentro do processo de compra e venda, e entender suas diferenças é essencial para garantir a segurança jurídica da transação. Veja a seguir quais são e para que servem:
RGI e a matrícula do imóvel
A matrícula do imóvel é um número único que identifica a propriedade de forma oficial. Esse documento contém informações detalhadas, como:
- histórico de proprietários;
- metragem do imóvel;
- localização e descrição completa;
- registros de penhora, hipoteca ou restrições legais.
Toda movimentação envolvendo o imóvel é registrada na matrícula, o que garante transparência e segurança ao processo de compra e venda.
Já o RGI do imóvel é o registro oficial da propriedade, sem o RGI, mesmo que uma pessoa tenha a escritura do imóvel, ela não será reconhecida como proprietária legalmente.
RGI e a escritura do imóvel
A escritura do imóvel é o documento que formaliza a intenção de compra e venda, sendo lavrada em cartório para dar validade ao contrato. Entretanto, ela não transfere a propriedade de fato, isso só ocorre quando o RGI é realizado no Cartório de Registro de Imóveis.
Ou seja, ter a escritura do imóvel não significa que a pessoa seja a proprietária oficial, pois o imóvel continua registrado no nome do antigo dono até que o RGI seja feito.
ORGI e a averbação
Já a averbação é o processo que atualiza qualquer alteração na matrícula do imóvel. Esse procedimento é essencial para registrar formalmente mudanças importantes, como:
- transferência de propriedade;
- construção ou demolição do imóvel;
- quitação de financiamento imobiliário;
- mudança de estado civil do proprietário.
Sempre que há qualquer modificação relevante no imóvel, ela deve ser averbada na matrícula para que o registro esteja atualizado e legalmente válido. Se houver dúvidas, sempre consulte um cartório de registro de imóveis para confirmar a situação do bem.
Agora que você já entende o que é o RGI e como ele impacta a segurança da sua propriedade, aproveite para conferir esse guia completo sobre como escolher o tamanho ideal do seu apartamento e tomar uma decisão ainda mais estratégica para o seu futuro.